Ilha do Bororé (2022)
Intervenção Urbana iniciada na periferia do bairro Grajaú, área de alta densidade de edificações e população. Calçadas estreitas, vielas, cavalos e galinhas dividem espaço com as pessoas nas vias. Pouca presença de vegetação. Sol extenuante durante a caminhada silenciosa e acelerada do corpo-cardume. O surgimento de árvores, a ampliação das ruas e calçadas, o aparecimento do horizonte e do rio indicam mudanças habitacionais, alterações nas relações entre o corpo e o ambiente. O que é preciso ativar em nós para expressar os afetos que nos atravessam ao longo da caminhada? Como se permitir atravessar pelo ambiente? Considerando a existência de sentimentos como o medo e a vulnerabilidade.
Como a sensação se altera com a presença da água aparentemente limpa no rio e da represa, pescadores adultos e crianças nas bordas, cruzar a balsa para se chegar à Ilha, o vilarejo, as histórias narradas em suas paredes, a vegetação indicando limites de áreas habitadas e áreas de preservação. O estranhamento em estar em uma São Paulo não familiar, uma São Paulo ainda parcialmente preservada. Tivemos ainda o prazer de conhecer parte da equipe que mantém a casa Ecoativa, de ouvir sobre a cultura local e de saborear um delicioso almoço com escondidinho de coração de bananeira preparado pela Lu.
Dançarinas: Ana Kathleen Barros, Mariana Taques, Michele Carolina, Thais Ueti e Vitória Savini / Registro videográfico: Gideoni Júnior. Foto: Inês Bonduki / Produção: Júnior Cecon.