X

Sobre

O Coletivo Ruínas existe desde 2013, como uma plataforma artística independente de investigação, pesquisa e criação transdisciplinar entre as linguagens da dança contemporânea, do teatro, do audiovisual expandido, da fotografia, da música e da iluminação.

Nos reunimos pelo assombro e pela atração que nos geram os sítios de demolição de casas para construção de altos edifícios e condomínios, fundamentalmente em bairros residenciais da cidade de São Paulo, não só pelo fenômeno da voracidade com que máquinas põem casas abaixo, mas por mudar radicalmente a natureza dos lugares. Nos interessa como os processos de especulação imobiliária e desestatização coreografam o cotidiano e afetam os corpos.

Este motivo fez com que começássemos a criar modos e meios de nos relacionarmos poeticamente com determinadas topologias urbanas e a refletir, ética e politicamente, por meio de criações artísticas (como Intervenções Urbanas, Instalações, Performances, Videodanças, Experimentos Cênicos e Peças) o modo como percebemos os processos de transformação em tempo real e as contribuições que a ação direta do corpo nos lugares agregam às discussões sobre este atual fenômeno.

A interlocução com a topologia movente dos sítios de demolição e construção de edifícios residenciais, a metamorfose do ambiente lar e a remodelagem dos corpos e dos modos de vida, nos coloca frente ao modo com que a espécie humana está ocupando a Terra. Quanta floresta tem em um edifício?

No entendimento de que somos natureza, a pesquisa corporal se apoia nas práticas de matrizes japonesa, Do-ho,  e chinesa, Tai Chi Chaun Dao Yin. No campo teórico, nos interessamos por conceitos sobre Ecologia, Antropoceno, Filosofia, Direitos Humanos e a Terra como ser de direitos.

O Coletivo foi contemplado pelo edital de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo em sua 29º edição, com o projeto “Residência OBScênica”, e pelo edital Funarte Respirarte, com a videodança “Apocalíptica”.